Um filme complicado, de se entender .. mas é o amor!

Nem eu mesma sei como fui parar dentro do cinema. Tá, tá! Até que sei mais ou menos. Claro, envolvida pela companhia e tal, e diante da seguinte assertiva: “Tem música da Bethânia”. Poxa, vida! Conforme diz a Su, Bethânia pode cantar até “Parabéns pra você que eu vou achar lindo”.
E lá se foi a filha de Francisco, euzinha, assitir “Os dois filhos de Francisco” a vida e a obra de Zezé de Camargo e Luciano, ou Mirosmar e Welson ... Nomes que fariam contorcer o nosso querido Caco Antibes... Fico pensando se Miguel Falabella tivesse visto o pôster da primeira versão da dupla: Daby e Dieberson ! Melhor não, ele tá escrevendo novela ....
Pois então, dentro do cinema sem escapatória e sem expectativa. Tela cheia. Sala cheia. Realmente o apelo do filme é grande. Me juram que o filme é bom, que os críticos mais mordazes disseram que é bom. Inclusive me fizeram prometer que iria me “despir” de preconceitos, e se gostasse reconheceria como obra prima da sétima arte nacional. Com arzinho contrariado, disse um: tá bom! Mas repleta de certeza que a primeira idéia era verdadeira: fiasco total!
Segundo um amigo que desenvolveu uma teoria, baseada na espingarda de dois canos (que é pra matar dupla sertaneja), quando morre um cantor da dupla, o outro tem que ser sacrificado. Inclusive, temos exemplos: Daniel, Leonardo ...
Mas o filme não é de todo ruim, mas também não é de todo o bom. Nesses tempos em que todo mundo valoriza a biografia, até que a deles não é tão feia. Miro e Welson não seqüestraram nenhum embaixador americano, não treinaram com o Fidel, mas fora alguns showmícios por aí, não podemos condená-los por nada ....
Pra não esquecer e ter que ver de novo (creeeedo!) faço o registro dos pontos mais .. mais ... mais .. seriam importantes? Sei lá, faço uma lista de uns lances aí:
•O pai Francisco é Ângelo Antônio, juro que na primeira cena que ele liga o rádio, ao invés de tocar a belíssima canção de Tonico e Tinoco, iria tocar Cazuza com Codinome Beija Flor .... mas não ... não é novela de Gilberto Braga
•Jackson Antunes, o Charles Bronson brasileiro, tocando fole .. o Zé do Fole .. e cantando ...que susto!
•Benevolência é pouco: Paloma Duarte é Zilu ...
•Fui avisada, no momento do encontro fatídico: Zilu e Zezé: disso resulta Wanessa Camargo .... a cada momento tocava tunununununm, o filme se transformou em Psicose ...um terror!
•A mãe do Zezé, era a Solineuza, benza a Deus .. A mulher passou grávida (de vários filhos) mais da metade do filme...
•Calça jeans apertada é de longa data ... Deus é justo, mas a calça do Zezé é mais!
•Não apareceu Bethânia, só ela cantando ao fundo .. bem longe ..do filme ..
•Agora, seu Francisco deveria lançar um disco solo, o cara entendia de música .. ou pelo menos fazer um conservatório musical: ele dava ovo cru pros menino de manhã ... além de cantar de galo pra cima do Lima Duarte ...
•Tadinho do Luciano, no filme, é mero figurante, aliás, só aparece pra ser abandonado, perder o filho e mostrar que não sabe cantar ...

Cá entre nós, o filme é bom. Mas, é bom por causa de Seu Francisco. Seu Francisco é o cara! Seu Francisco sim, que é um louco, alucinado, de alma transparente, meio inconsequente, um cara complicado de se entender ... mas que mandou muito bem!

Fiquei fã do seu Francisco!