sexta-feira, novembro 04, 2005

Não é lugar de deputado!

Meu aniversário nessa semana e todo mundo lá no curso: tem que trazer bolo e salgadinho! Pois então, eu levei, mas só salgadinho!
Todo mundo em "lanche coletivo". Tribos "quase" que inimigas se confraternizando, recebi os parabéns dos diversos extremos da sala: das patrícias ao fundão! Muito jóia!
Sentamos então, a “cúpula”, na escada em frente ao prédio do curso. Fazíamos a nossa fotossíntese ao sol de verão da ilha. Como adolescentes ficamos rindo, conversando, trocando figurinhas, “odoleta lepeti petipolá nescafé com chocola.”
Eis que surgiu o elemento estranho.
Cabelos emaranhados, sujo e bêbado: me dá um cigarro? Peguei a primeira carteira de cigarro que tinha na frente e dei pra ele que disse: - Você é uma “anja” veloz! - Pera aí! Ou, eu ando vendo demais a índia das seis, ou, ele me chamou de anja!
- Me dá o fogo? A menina que tava fumando, procura o isqueiro e ele sem nem pestanejar vai direto na mão dela e pega o cigarro aceso, segura “empézinho” e sopra a cinza como se fosse vela de aniversário (não do meu, né?) e acende o seu próprio, devolve o cigarro da moça e "quase" que segue seu rumo.
Indeciso, volta: Mulher não vale o preço de uma agulha! Vocês acham que o lugar de vocês é aqui? Não é não! É embaixo da terra! Junto com a cinza! Vocês são cinzas. Aqui não é lugar de deputado, as sílabas que eu tô usando vocês podem não reconhecer, mas mulher não vale um ovo! (sério! Palavras exatas!)
Ficamos paralisadas. O elemento olha na minha direção e dispara: - Eu como cabelo loiro no feijão e vomito depois.
Continua com as labaredas, olhando para nossos óculos escuros: Sabem quanto custa um óculos desses daí? Sabe quanto custa todos os óculos de vocês... Diante da ausência da resposta ele olha atenciosamente para o óculos “furta cor” de uma amiga e solta - E tu, olhos coloridos ... eu sei o que se passa aí! (aponta pra cabeça!)
Faz círculos: pensando, resmungando e nós todas imóveis.
– Lugar de deputado não é aqui! Não é mesmo!
E ... foi se embora.

3 comentários:

Anônimo disse...

Deveras, mas deveras surreal mesmo!
E eu me sentindo estupefato com a jornalista mendiga da Paulista...rsrsrsrsrs
Beijocas honey...

Anônimo disse...

Caraca, que viagem! Imagino as caras estupefatas...
Bjs, Vladimir
P.S. Na minha terra era peticolá e não era nescafé, era le café, rs.

Ricardo Rayol disse...

Nada como dar de cara com uma entidade maligna para ver o que anda solto por aí.