Amor é fato ou acontecimento?
Elechega aqui no blog, me detona, me analisa, me identifica, me xinga, me esfrega, me nega, me categoriza, até atemoriza ..
E eu? Eu acho isso lindo!
E eu? Eu adoro.
Agora, Ele se achou no direito de responder a pergunta que fiz aqui lá no blog dele ...
E eu? Copio pra cá to-di-nho, porque é .... lindo e adorei!
E, justamente quando eu chamava a atenção do Alexandre,, que não apareceu por aqui pra defender a sua tese ...a bola tá contigo, viu Alexandre?
Então, eis o post todinho, copiei até a imagem:
(furtei tu-di-nho Claus, me processa!!!!!)

"Young Girl Defending Herself against Eros" (1880), de William Bouguereau

AH, O CUPIDO, ESSE MENINO LEVADO .... by CLAUS
"Estes aforistas compulsivos que querem resumir o universo num post de poucas linhas - ou num breve comentário em blog alheio... ai, ai... Mas vá lá: nós, tão pretensiosos quanto ociosos, não nos furtamos a estes deliciosos convites que a miúdo nos surgem - e, mesmo quando, formalmente ou não, eles não nos são feitos, mesmo assim nós não nos deixamos inibir, penetras que somos das cabeças e corações alheios!...
Então a pergunta nos foi lançada: "Como enquadrar juridicamente o amor?"... E eu, de cá, rio debochado desse teu inusitado questionamento. De que, pequena, adianta saber se amor é ato ou fato jurídico? Sabes, por acaso, dizer-me ao menos se ele é cumprimento ou infração de alguma lei? Talvez, influenciada pelos últimos acontecimentos no país, poderias dizer que a cada um de nós é conferido, pela Carta Magna da Natureza, amor próprio - e esse acaba ilegalmente subtraído, escandalosamente malversado, alimentando o caixa-dois de outrem (de quem esperamos, evidentemente, algum tipo de favorecimento nessas licitações sentimentais de que é feita a vida)... Poderia eu dizer que não hás de estar certa?... Mas esse negócio de amar outrem, então, implica dolo ou culpa?
Ah, querida, quem emite juízos, cheia de soberba, achando-se senhora do corpo, é a cabeça, que se presume muito acima do peito, e a lógica que ela segue é a da razão - motivo pelo qual jamais se entende com ele, que, adotando critérios diversos, trabalha na lógica da emoção. Nunca notaste como cabeça e peito falam um com o outro num portuñol impregnado de falsos cognatos – e, tolamente, julgam-se poliglotas capazes de firmar os mais geniais acordos diplomáticos? Por isso cabeça e peito vivem em constante conflito, rasgando os arrevesados tratados firmados entre si, um após o outro...
Não te esqueças, querida, de quem são os pais do Cupido! O pestinha é filho de Marte e Vênus – e carrega em si muito da natureza de ambos. Aquela flecha envenenada não passa de uma diabrura com a qual ele, divindade pueril e cruel, deseja pôr abaixo toda essa nossa seriedade afetada, mostrando-nos o quão tolos somos em nossa pretensão de senhores de nós mesmos ("Pensas tu que gozas de livre-arbítrio?", pergunta-nos ele, retesando a flecha em seu arco, "experimenta então isso aqui..."). Marte e Vênus, pequena: não te esqueças! É fogo que nos arde a alma, sal que nos cobre e penetra as feridas; simultaneamente, é bálsamo que nos reconforta e revigora. É o túmulo em que nos deixamos enterrar vivos só porque exala cheiro de flores (a coroa com a qual o mundo se despede de nós - e com a qual esperamos chegar à vida eterna como reis e rainhas).
Não vais conseguir categorizar ou definir o amor. Não mesmo. Antes disso ele já chegou e virou teu mundo do avesso, mudando de lugar todas as tuas definições indevidas e categorias descabidas. Traquinagem de uma divindade que quer apenas nos colocar em nosso devido lugar. Cheios de uma indignação ridícula, olhamo-lo nos olhos, com punhos cerrados e lábios crispados - mas, quando estamos na eminência de despejar sobre o pequeno arteiro impropérios e imprecações mil, ele arranca de nós aquela sonora e gostosa gargalhada (que, por mais que nos esforcemos, jamais conseguimos conter): o que nos diverte e enternece é justamente a desrazão dessa peça que nos foi pregada. "Acertaste-me", gememos baixo, entre os dentes, enquanto caímos abatidos por ele, numa queda satisfeita - coberta de algumas dores sinceras e outras tantas fingidas.
Mesmo assim, tu teimas. Continuas de pé. Com o corpo crivado de flechas. "Agüento muito mais que isso", dizes em tom de menoscabo. E mordes o lábio, para não gemeres. Seguras o choro, mas os olhos já estão rasos de lágrimas. O veneno já tomou toda a tua corrente sangüínea e o coração parece querer explodir. Cedo ou tarde, pequena, tombarás, inundando a terra com teu sangue e tuas lágrimas, tuas dores e tuas delícias. A terra se alimenta disso. A terra precisa disso. Afinal, de onde achas que vêm as flores e as borboletas? "
Escrito por Claus Rodarte às 00h11 de 24 de julho
E, CLAUS, quanto a sua indagação se o amor é infração ou cumprimento de alguma lei, não sei te responder não, como nem sei o que dizer diante do teu texto ... Porém, o grande "jurisconsulto" Roberto Carlos dizia, não sei se vale pra você .. mas em todo caso:
“Esse amor sem preconceito,
Sem saber o que DIREITO,
Faz as suas próprias LEIS”
Mas, eu sou teimosa, e mesmo com .. como é mesmo? Ah! .. sou teimosa e mesmo “com o corpo crivado de flechas”, lanço novamente a pergunta.... Fato ou acontecimento, e/ou nada disso, até agora tivemos 3 acontecimentos, uma abstenção e o Claus ... vamos lá.. conto com vocês todos que passarem por aqui .. e vc Alexandre, vem já aqui, pra defender a tua tese, tá?
(Eita, que eu adoro uma polêmica!!)
9 comentários:
Oi, Fernanda,
Acho que o amor é "acontecimento", posto que é chama, mas que seja "fato" enquanto dure!
Brigadinho pelas visitas, adoro te ver lá no meu blog!
Bjs, Vladimir
Pedofilia é crime e dá cadeia
Ok. Tô aqui, Fê. Vamos aos fatos! :))) Qdo disse que amor é "fato" e não "acontecimento", obviamente NÃO quis dizer que amor é algo sem valor, sem intensidade, etc.. Quis dizer que está próximo, logo ali, do outro lado da rua, na mesa ao lado, caminhando na Beira-Mar. Tá no dia-a-dia, pra qualquer um alcançar. É o "I wanna hold your hand". E disso tirar o máximo proveito. Já estou fazendo um jingle pra defender minha tese...rs.
BOM,~COMO NÃO SOU JURISTA,NEM ENTENDO DE MITOLOGIA,VIREI AQUI APRENDER SOBRE TD ISSO.BJ GRANDE E BOA SEMANA
Oi,
Olha eu já ouvi dizer que o amor só dura entre 18 e 30 meses, que é o suficiente para nos conhecermos e copularmos, produzindo uma criança, ou seja é químico...
Obviamente não acredito em nada disso visto que vivo um relacionamento lindo e feliz de 4 anos...
Um beijo
Ronzi.
Opa... Depois deste texto, fica até difícil opinar, mas acho que amor é fato. Conheci meu companheiro num dia em que estava horrorosa, depois de ter me estressado para fazer acontecer uma festa para uns 200 adolescentes cheios de gás. Estava fedidinha, descabelada, mal-humorada e.. não é que deu certo? Por outro lado, morria de sair, toda cheirosinha e simpática, para a noite, mas... nada!
Tá vendo só como é fato? Infelizmente (ou deveria dizer felizmente?), quando conhecemos nossos amores, os sinos não tocam...
Beijos,
Issana
Acho que, quando nasce de uma circunstância que provocamos o amor é um ato, que deriva diretamente da vontade; acredito realmente que o amor possa ser resultado de um exercício de compaixão. Contudo, como acontece na maioria das vezes, ele nos envenena em doses homeopáticas, e quando nos damos por conta, ele está lá, impregnando-nos definitivamente enquanto dure. Então, ele é um fato. Beijos.
Posso dizer que o amor é um fato acontecido?! Unir... minha intensão ao perguntar.
O amor é fato quando é expectativa realizada.
Acontecimento, quando os sentimentos se consomem e se fundem.
O amor surge de fatos ou de acontecimentos, mas ele... ele é causa! O amor... muito complexo e desnorteante, mas extremamente... saboroso!
Beijos!
PS.: adoro uma polêmica também! rs
Essa nossa conversa está, digamos, s-u-r-r-e-a-l!
Beijos,
Issana
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